04 março 2008

Cultura, aquela coisa!

Decidi, finalmente, contribuir para este belíssimo *cof* espaço. Sou uma das pobres almas que o Sr. Fraga conseguiu adquirir para soltar umas palavras em sistema random e esperar que façam sentido. Posto isto, vou ao que interessa. O meu tema de abertura é uma seca e não interessa a muita gente. Se fores um(a) não interessado(a), é favor parar de ler por aqui. (E agora vou fazer parágrafo só para os que não querem mais).

Cultura. É isso. Vou expôr o que acho sobre cultura. (Obrigada por continuares a ler. Ficas já a saber que gosto imenso de ti só mesmo porque me les).

A cultura pode ser vista de diferentes formas, varia consoante o estudo e a sabedoria de cada vertente.
Do modo social, baseia-se na aprendizagem e partilha entre indivíduos de um determinado grupo. A cultura possui relativismo, varia de grupo, de povo, de geração para geração. Os seus padrões culturais são distintos, porém igualmente necessários.
Do modo filosófico, a cultura é o contraste entre o comportamento humano e o natural, enquanto que do ponto de vista antropólogo, são formas de organização, costumes e tradições transmitidas de geração em geração que acaba por se tornar na identidade de um povo.
A cultura faz parte de nós, ajuda-nos a moldar o que somos e esse molde variará e evoluirá ao longo do tempo juntamente com a aquisição de experiências e o modo como reagimos às mesmas. Sem a cultura nunca poderíamos ser nós, sermos verdadeiros e autênticos, não seríamos humanos e se o fossemos, possuiríamos um defeito, a falta de um elemento, algo que se interiorize em nós e nos enriqueça, algo que nos ligue a todos os outros sentidos e camadas que possuímos.
Podemos dizer que a cultura acaba por ser um mecanismo de adaptação, ou seja, a nossa capacidade de resposta ao meio envolvente consoante as suas mudanças. Além da adaptação, possui um mecanismo cumulativo, transmitindo-a às novas gerações tirando-lhes, assim, o esforço de inserção.
Não existe uma cultura perfeita e justa, não é definível como algo concreto, esta varia de povo para povo. Estas variações levam, por vezes, a confrontos e a rejeições. Cada cultura acredita que a sua é a mais adequada e julga, consequentemente, as outras inferiores.
Todos estes factores levam a que a própria visão do que é o mundo se altere entre as povoações. Por exemplo, uma tribo do interior africano adquire uma definição do que é a vida, do que é o mundo diferente da de uma comunidade americana acostumada à vida atarefada da cidade.
Cultura é invenção, criação, difusão, informação, evolução, identificação e modificação.
E agora, perguntam vocês, em que medida depende o meu conceito de identidade da minha inserção cultural?
Creio que o meu conceito de identidade está automaticamente inserido na vivência da cultura do próprio meio envolvente/grupo social.
Reconhecemo-nos como uma espécie com características fisiológicas próprias que nos distinguem de todos os outros animais. Afirmamo-nos, ao mesmo tempo, como diversos na medida em que somos portadores de um património genético único; a pertença a um tempo, a uma cultura e a grupos sociais específicos aproxima-nos pela partilha de determinados traços de ser, estar e pensar. Contudo, cada um de nós reconhece-se como único. A identidade é o que é essencial duma pessoa, o eu contínuo, o conceito interno e subjectivo do sujeito como indivíduo.
Existe também a identidade social, também designada por identidade estatutária. Isto é, a consciência social que temos de nós próprios e que resulta da interacção que constantemente estabelecemos com o meio social em que estamos inseridos. É no processo de interacção social que se interioriza os diferentes papéis sociais e os estatutos que lhe correspondem.
Temos, também, a identidade cultural que permite o reconhecimento do sujeito através dos valores que partilha com a sua comunidade.
Todas as identidades encontram-se em interacção mútua e íntima, são três componentes de um mesmo sujeito.
Concluindo, como diz Clifford Geertz, o homem inalterado pelos costumes de certos lugares, de facto, não existe, nunca existiu, e mais importante, nunca poderia existir em qualquer circunstância.


(Se chegaste até aqui, viva. Parabéns! Conseguiste atingir um dos apogeus da decadência, o tédio).



Nota: Isto tudo porque estava a ler um livro interessantíssimo que nem sequer sei o nome porque não o tenho aqui mas é do Sr. Clifford Geertz, a fazer uma pesquisa no Wikipedia e a reviver nostalgias do 12º ano. Yey!

3 comentários:

Fraga disse...

eu curti largo o texto! fiz bem em convidar-te! depois da-me o nome do livro. e eu concordo maioritariamente com o que disseste sobre a cultura.

Anónimo disse...

opa, este blog tem um grande problema...poucas vezes actualizado, e textos enormes k falam falam e nada..
Vá...anonimo

Gia disse...

Se realmente achas que não se diz nada, para que gastar o tempo a comentar? Quando não se gosta, normalmente, coloca-se de lado e lá fica. E deixa-me dizer que é de terrível mau gosto não se dar ao trabalho de identificar. Lamento imenso não fazer posts curtos e banais, mas faz parte da minha inteligência adquirir, analisar, argumentar e transmitir conhecimento (que é algo totalmente sem interesse para a maioria).